quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Carta à Comunidade do IEL, após as eleições

Neste ano de 2010 vivemos uma experiência que, para muitos, foi nova, e para outros tantos, foi revigorante, no IEL. Tivemos uma campanha eleitoral na Consulta para a nova Direção do Instituto, com duas chapas em disputa, representando projetos distintos. Ter opção nessa eleição foi a grande conquista.

Agradecemos a toda comunidade do IEL, por sua participação e envolvimento nesse processo. Agradecemos a todos aqueles que optaram por votar, e especialmente aos que comprenderam o sentido da nossa candidatura e optaram por votar em nós.

Para nós – cuja candidatura representou uma oportunidade de mudança, de inovação e de maior democracia no Instituto, e que propugnamos por uma Direção efetivamente independente e participativa –, o processo foi extremamente valioso e gratificante. A compreensão mais ampla e melhor do Instituto e de suas particularidades confirmou em nós a importância de nossas propostas e a necessidade de seguirmos nos batendo pelos princípios que claramente enunciamos em nossos comunicados e cartas da campanha.

Os que ousam sonhar com mundos melhores, bem como os que aceitam sacrificar-se pessoalmente pelo bem comum, nunca perdem quando continuam a lutar por esses sonhos.

Nossa campanha foi vitoriosa porque o IEL já não é o mesmo. Vozes se fizeram escutar e – mesmo que a contra-gosto de alguns –, os principais atores do processo se comprometeram com diálogo e respeito às diferenças e diversidades, e isso nos fará avançar nas relações entre segmentos, setores, departamentos, grupos de pesquisa e grupos de afinidade política.

Desconsiderar o que as urnas revelaram sobre os anseios de funcionários e estudantes seria fazer-se de surdo a esses segmentos para governar apenas entre docentes. Cremos que isso já não é mais possível no IEL.

Novos dias se desenham, e ficamos felizes de ter dado nossa pequena, mas não modesta, e certamente decisiva contribuição para isso.

Cumprimentamos a chapa vencedora, a quem reiteramos a disposição de manter, com a Direção eleita, um diálogo franco.

Que a juventude que esta brisa nos traz, permita ares sempre mais arejados entre nós.

Wilmar e Edwiges.
Em 24 de novembro de 2011.

domingo, 21 de novembro de 2010

Essa é para os nossos seguidores e apoiadores!!!!

Perguntas que os estudantes estão fazendo

O CAL encaminhou às chapas, neste final de semana que antecede a consulta, um conjunto de perguntas voltadas a conhecer o posicionamentos das candidaturas sobre vários temas. Apresentamos uma resposta resumida de nossas posições.

1. “Criminalização das festas” e “sindicâncias arbitrariamente abertas pela Reitoria”

            Festa não é crime. Percebemos, se não uma falta de diálogo profícuo entre a administração universitária e os estudantes, pelo menos pouco esforço e pouco sucesso nessa direção. Nosso compromisso é com a democracia e com o diálogo, razão pela qual nos propomos a cumprir um papel de mediação entre os interesses de todas as parcelas da comunidade acadêmica, e representar o IEL condignamente.
Sindicâncias que funcionem como instrumentos democráticos de simples investigação, quando é necessário apurar responsabilidades por falhas ou acontecimentos indesejáveis, são legítimas. Sindicâncias, obviamente, não podem ser instrumentos de repressão ou perseguição a lideranças estudantis.

2. Estímulo à expansão de projetos de Extensão

            A nossa gestão constituirá, logo no primeiro semestre, uma Comissão de elaboração de uma política de Extensão, a ser composta pelo coordenador ou coordenadora de extensão, servidores da Secretaria de Extensão e estudantes interessados em desenvolver ou participar da implementação de ações que incentivem as várias possibilidades de extensão universitária. A re-criação de um Cursinho como o “Machado de Assis”, por exemplo, será muito bem vinda. 

3. Política da Pós-Graduação
           
            Nos propomos a fortalecer e a tornar ativas e mais democráticas as instâncias já existentes, como a CCPG, assim como incentivar fóruns mais amplos de discussão de temas gerais de interesse dos alunos (e dos diferentes cursos) de Pós. Nos comprometemos a apoiar e respeitar a organização própria de uma seção da APG no Instituto, e torná-la interlocutora privilegiada, ao lado da representação discente eleita nas instâncias oficiais do Instituto. Todas as críticas, propostas e sugestões dos alunos serão objeto de atenção e não ficarão sem resposta. 


4. Representação e Participação Estudantil. Paridade.

            O estímulo à maior participação estudantil acontecerá, antes de mais nada, pelo chamamento constante à sua não omissão nos diversos espaços de representação institucional, onde sua voz e voto serão ouvidos, estimulados e valorizados. Também acontecerá pela realização de fóruns de debate mais gerais, a respeito de diversas questões que afetam a vida acadêmica e o cotidiano dos estudantes, cujas reflexões e conclusões nortearão o posicionamento da Direção nas referidas questões, dentro e fora do IEL (Congregação, Consu, etc). Entendemos que democracia não se constrói apenas com votos, mas também com a participação organizada dos atores sociais nas instâncias públicas de discussão e de decisão. Nesses fóruns proporemos o debate aberto e esclarecido a respeito, também, da paridade. Entendemos que o próprio debate desse tema é uma necessidade para consolidação do diálogo democrático na Universidade, uma vez que nenhuma categoria tem direito de impor (ou cobrar) às outras a sua concepção ou visão da forma de representação e deliberação nas instâncias universitárias como sendo a mais legítima. No conjunto dos distintos segmentos da Universidade devemos ser capazes de conduzir essa reflexão de forma democrática e verdadeiramente dialógica, de modo a podermos encaminhar mudanças na direção de formas cada vez mais democráticas de gestão e decisão.

5. Sobre a “existência de mais de uma chapa nas eleições para a direção do IEL”

            Cremos ter respondido isso com clareza nas Cartas que dirigimos à comunidade do IEL ao longo dessa campanha, todas elas também disponíveis em nosso blog. Mas vale destacar que, do nosso ponto de vista, esse fato deveria ser uma rotina a cada quatro anos, e não um fato excepcional (como de fato está sendo).

6. Colaboração da chapa “para o crescimento do Instituto”, “caso não seja eleita”
            Para todos os que convivem no Instituto na última década, parece que está bem clara a contribuição da nossa chapa, alternativa e independente, para o crescimento da democracia e para o incentivo à participação da comunidade nos rumos do IEL. Caso não sejamos eleitos, uma contribuição decisiva, de nossa parte, já está consolidada. Temos certeza, também, de que mesmo no caso de não nos elegermos, a expressão das urnas, nesse processo, será garantia de um sopro de vida para o pensamento independente no IEL, e um fato muitíssimo positivo a favor do respeito à força política dos funcionários e estudantes também, tradicionalmente vistos como forças a serem ‘conduzidas’.
            Em tudo o mais, apoiaremos todas as políticas voltadas à ampliação de vagas discentes e docentes, à recomposição do quadro de funcionários, à democratização dos acessos de nossos acervos e, também, de nossos espaços físicos, fazendo jus à vocação e caráter público de nossa Universidade.

Quarta Carta à Comunidade do IEL - Finalizações

Caros docentes, funcionários e estudantes do IEL

Neste começo de semana, dias 22 e 23 de novembro, realiza-se a Consulta para escolha da nova Direção do IEL. Nesse momento, queremos dizer breves palavras finais a cada um:
Aos estudantes, reiteramos nossos compromissos com:
  • A qualidade do Ensino e com o incentivo e apoio à Extensão comunitária, os dois suportes desprivilegiados do conhecido tripé “Pesquisa – Ensino – Extensão”;
  • Uma avaliação ampla e participativa das condições e problemas vivenciados em cada um dos cursos, de modo a corrigir as falhas que hoje existam, com particular atenção ao curso de Letras Noturno pelas crônicas dificuldades que apresenta;
  •  Uma avaliação ampla e participativa dos currículos;
  •  O apoio à constituição e às ações de uma seção da APG no Instituto;
  • Inclusão do SETA numa agenda oficial do Instituto, com o correspondente apoio à sua realização;
Aos funcionários, reiteramos nossos compromissos com:
  • Uma discussão e avaliação ampla e participativa sobre as formas, critérios e procedimentos de avaliação funcional, e com mudanças nessas práticas a partir de deliberações coletivas;
  •  A reforma da CSA, segundo o que for estabelecido pelo conjunto dos funcionários;
  •  A valorização das pessoas, chamando-as a contribuir com suas qualidades e capacidades à construção e execução de um projeto acadêmico do Instituto; 
  • Reuniões periódicas gerais, e nos setores, para garantir maior participação de todos nas deliberações da Direção e melhor conhecimento, pela Direção, dos problemas enfrentados pelos servidores técnico-administrativos no seu cotidiano; 
Aos docentes, reiteramos nossos compromissos com: 
  •  Apoio e respeito à autonomia dos Departamentos.
  • Fortalecimento e defesa do equilíbrio entre os Departamentos em todos os aspectos da vida do Instituto, da participação no colegiado da Direção à distribuição de vagas docentes; 
  •  Melhoria nas condições de funcionamento dos cursos de graduação e pós-graduação, mantendo um especial diálogo com cada Departamento com respeito aos cursos que lhe são mais afetos.
  • Apoio mais decidido e eficaz aos eventos e interlocuções produzidos pelos grupos e núcleos de pesquisa.  

A todos os membros da comunidade do IEL, reiteramos, por fim, nosso compromisso com o diálogo franco, de espírito aberto para ouvir e pesar as razões de cada um, na busca de soluções que melhor atendam aos compromissos e tarefas do Instituto, buscando fórmulas que consigam contemplar as diferentes perspectivas dos diferentes atores envolvidos. Não seremos uma Direção omissa no que quer que seja, como também não seremos uma Direção intervencionista.
Também reafirmamos nossa meta de constituirmos uma voz do IEL, autônoma e independente, nas instâncias superiores da Universidade, em particular no CONSU.

*****
Ao final dessa campanha, estamos imensamente contentes por todos os encontros e conversas que mantivemos ao longo dela, e também pelas parcerias que consolidamos nesse período. Por fim, agradecemos a todos aqueles que, votando ou não em nossa proposta, se dispuseram francamente a conhecê-la e compreendê-la. 

                                                                        Wilmar e Edwiges
                                                                        Por uma gestão independente e participativa

sábado, 20 de novembro de 2010

Quem sabe O Inesperado faça uma surpresa....

Carta de apoio da Professora Eleonora Albano

Caros:

As razões políticas do meu apoio à chapa O Inesperado já foram abordadas em carta aberta à comunidade do IEL em que enfoco não a minha própria posição, mas as forças em jogo neste momento histórico de debate.

As razões acadêmicas do meu apoio à chapa O Inesperado decorrem do reconhecimento de que todos os docentes do IEL têm mérito e da convicção de que a excelência acadêmica não é senão um dos componentes do ofício de formar novas gerações de intelectuais e cientistas.

Outras são a persistência ante a frustração, a resistência a modismos, a recusa do dogmatismo, a lealdade a causas humanísticas, a preocupação com universais, o interesse em temas ligados às fronteiras do conhecimento. 

As ações concretas de Wilmar e Edwiges nesta campanha somam-se aos seus curricula vitae para evidenciar sobejamente a presença - madura - dessas qualidades.


Eleonora C. Albano
Laboratório de Fonética e Psicolingüística
INSTITUTO DE ESTUDOS DA LINGUAGEM/UNICAMP
Rua Sérgio Buarque de Holanda, 571
Cidade Universitária - Campinas/SP
CEP 13.083-859
fone: +55 19 35211532 begin_of_the_skype_highlighting              +55 19 35211532      end_of_the_skype_highlighting
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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Carta Aberta de Miguel e Haroldo à Comunidade do IEL

Caríssimos Funcionários, Alunos e Professores

Há 12 anos que não temos uma disputa de projetos para o IEL. Eis que agora, na próxima semana, após reuniões com os candidatos, munidos de nosso pensamento e opinião, iremos a urna para, livremente, elegermos os candidatos para a gestão 2011-2015 da Direção do IEL.

Não há motivos para receios, pois com a experiência pessoal, acadêmica e profissional adquirida pela maioria de nós, com tanto tempo de trabalho prestados ao Instituto, sabemos o que é melhor para o IEL, para nós e para a Unicamp.

Vivemos uma nova era, elegemos uma mulher para presidir o Brasil, adquirimos a maturidade de nos atermos a propostas e projetos e, ao  mesmo tempo, rejeitamos pressões, para exercemos a nossa cidadania, que é o conjunto dos direitos políticos de que goza um indivíduo e que lhe permite intervir livremente na direção dos negócios públicos do Estado.

A liberdade de pensar, opinar e de escolher são valores fundamentais que caracterizam o processo democrático. Embora seja uma consulta, é preciso valorizar o momento pois temos a oportunidade (de novamente) escolher quem melhor poderá conduzir o IEL, discutir os problemas, nos representar no Conselho Universitário, apresentar e estar aberto a soluções e sugestões da comunidade, etc...

A excelência acadêmica, o ambiente universitário, devem ser movidos, de forma natural, pelo debate de idéias e pela exposição da diversidade de pensamentos e são incompatíveis com discussões ou diferenças pessoais, que nada contribuem para o processo de escolha, que deve ser baseado em propostas e projetos, que é o que nos interessa.

Por fim, este é aquele momento em que devemos ouvir e atender os desejos do nosso coração. O que está em jogo são os próximos 4 anos e é com o voto na urna que decidiremos o futuro do Instituto.

De nossa parte, consideramos fundamental que haja uma Direção aberta permanentemente ao diálogo, que nos convide para compartilhar soluções de gestão, que intervenha sempre buscando a isonomia de tratamentos, respeitando as pessoas, e que tenha a capacidade e habilidade da discussão política e de projetos.

"Um traço que deve caracterizar o ser humano, ainda não embrutecido pela própria fraqueza ou pela realidade tremenda, é a liberdade que ele se reserva de opor ao evento defeituoso, à situação decepcionante, uma  força contraditória. Essa força poderia chamar-se esperança/.../ Essa força talvez pudesse ser chamada, também, de força do sonho. Mas também esse seria um nome inadequado: acima de tudo, porque não somos nós que temos um sonho e sim, o sonho que nos tem. Ele escapa a nosso controle/.../ Estaríamos mais perto do nome adequado a essa força de contradição se pensássemos na imaginação, essa capacidade de superar limites freqüentemente medíocres da realidade e penetrar no mundo do possível/../" (Coelho Neto, /O que é utopia/. 1985:7-9)

IEL, 18 de novembro de 2010.

Miguel Leonel dos Santos – Funcionário da Secretaria de PG do IEL

Haroldo Batista da Silva – Funcionário da Biblioteca do IEL