quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Perfis dos professores candidatos

WILMAR D'ANGELIS


 (Candidato a diretor do IEL)


Nascido em Curitiba (PR), passou sua infância no
norte do Paraná. Aos 19 anos abandonou um curso de
jornalismo, em Curitiba, para dedicar-se ao trabalho
com os índios. Atuou e conviveu, então, como
indigenista, junto a comunidades Kaingang e Guarani
no Sul do Brasil por dez anos ininterruptos. Casou-
se aos 21 anos com Juracilda (jornalista e também
indigenista) e têm três filhos: Amilcar José, Camilo
Kolomi e Gilberto Machel.
Em 1990 ingressou na graduação em Linguística
do IEL-UNICAMP, formando-se em 1992. No ano
seguinte iniciou seu Doutorado em Linguística,
também no IEL, defendendo tese em março de 1998.
Foi selecionado para atuar como docente na área
de Línguas Indígenas, em 1993, e desde 2000 é
concursado como Professor Doutor.
Integrou a Congregação do IEL como
representante discente e docente. Foi representante
do DL na Comissão de Graduação do IEL e
representante do IEL na Comissão de Licenciaturas
da Unicamp de 2000 a 2002, e membro do Comitê
de Ética em Pesquisa da Unicamp de 2003 a 2006.
Foi Coordenador (2002-2004) e Vice (2004-2006)
do GT Línguas Indígenas da ANPOLL. Foi Chefe
do Departamento de Linguística do IEL na gestão
2003-2004. É co-Editor da revista LIAMES, e
membro do Comitê Editorial de outros três periódicos
especializados. É líder de Grupo de Pesquisa
credenciado no CNPq.
Wilmar tem 4 livros publicados como autor, 2
como organizador e 1 como tradutor. Atuou como
editor em outras 6 obras relevantes sobre etnografia e
línguas indígenas brasileiras. Em 2010 foi um dos
vencedores do Prêmio Apoio e Projetos de Publicação
de Livros, da Secretaria de Cultura do Estado de SP
(com uma obra de ficção histórica, a sair em 2011).
Jamais deixou de exercer sua ação indigenista.
Criou e mantém o Portal Kaingang, que recebe
consultas do país todo (http://www.portalkaingang.org/).
Atualmente coordena um projeto de extensão
comunitária denominado “Web Indígena”, voltado
à inclusão digital pró-ativa dos Kaingang (na sua
própria língua), que tem o apoio da Pró-Reitoria de
Extensão e Assuntos Comunitários.
Não sabe viver sem música e sem poesia !

Meu currículo Lattes
Dois links sobre meu trabalho: aqui

***


EDWIGES MARIA MORATO

(candidata a diretora associada)


Paulista de Ibitinga (SP), é professora associada
(Livre-docente) do Departamento
de Lingüística do Instituto de Estudos da Linguagem
da Universidade Estadual de Campinas.
Graduada em Lingüística pela
Universidade Estadual de Campinas (1988) e
em Fonoaudiologia, pela Pontifícia
Universidade Católica de Campinas (1984),
é Mestre (1991) e Doutora (1995) em
Lingüística pela Universidade Estadual de Campinas,
tendo realizado um estágio-sanduíche na
Université de Sorbonne-Nouvelle, na França no
período de 1994 a 1995.
Fez um pós-doutorado na Universidade de Paris XII entre 2001
e 2002 (Paris, França) e outro na Université Lumière II,
em 2007 (Lyon, França). Tem
experiência na área de Lingüística e
de Neurolingüística, com ênfase nos estudos que
envolvem as relações entre
linguagem, cérebro e cognição,
atuando principalmente com os seguintes temas,
sob um enfoque sócio-cognitivo de base vygotskiana e tomaselliana e
a partir especialmente de dados lingüístico-interacionais
de pessoas com afasia e Doença de Alzheimer:
memória, referenciação, metalinguagem,
metáfora, frames, interação. Em
torno desses temas tem publicado livros e artigos,
bem como realizado e coordenado
várias pesquisas financiadas, individuais e coletivas.
É membro-fundador e primeira
coordenadora (2004-2006) do GT da ANPOLL
"Lingüística e Cognição", e líder do Grupo
de Pesquisa COGITES ("Cognição, Interação e Significação"),
cadastrado no Diretório CNPq.
Foi Coordenadora Geral de Pós-Graduação
do IEL entre 1999 e 2001, e Coordenadora
de Extensão e Atividades Científicas do IEL
entre 1999 e 2001, tendo ainda participado,
desde o ingresso como docente no Instituto, em 1996,
de várias comissões institucionais.
Atualmente, coordena no IEL um dos grupos de
convivência entre pessoas afásicas e
 não afásicas (Centro de Convivência de Afásicos)
e é membro de dois centros de pesquisa,
sendo a atual coordenadora do primeiro deles:
o LAFAPE (Laboratório de Fonética e Psicolingüística)
e o U-TOPOS (Centro de Pesquisa sobre Utopia).
Integra o grupo amador de choro
“Qualquer nota” desde os anos 1990 e já encenou -
em Santos, São Paulo e Campinas -
algumas peças teatrais de sua autoria.
 
Meu currículo Lattes

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Carta-programa de apresentação de candidatura à Direção do IEL

Sem esperança não surge o inesperado.
(Murilo Mendes)
Por uma gestão independente e participativa!

            Esta não é uma carta-programa convencional. Não temos aqui o objetivo de apresentar uma (pré)análise fechada e um conjunto de propostas e promessas dela derivadas em torno de todos os aspectos estruturais, organizacionais e políticos de nosso Instituto. Com o lançamento de uma candidatura alternativa e independente pretendemos, a partir das próximas semanas, ouvir e discutir esses e outros aspectos com todos aqueles da comunidade do IEL – professores, funcionários e alunos – que se dispuserem a se engajar em uma forma diferente, isto é, coletiva e participativa, de gestão acadêmico-administrativa do Instituto.
            A partir dessa perspectiva, e levando em conta que é crescente entre nós a vontade de maior participação coletiva nos assuntos do IEL, tomamos a iniciativa de lançar essa que é uma candidatura alternativa, não forjada no contexto de um pensamento supostamente consensual. Consenso, a propósito, parece-nos mais um resultado do que um antecedente das práticas humanas.
            Assim, a favor de uma maior discussão democrática entre nós, lançamos uma candidatura que procura resgatar o debate, melhorar a qualidade das relações humanas, combater o absenteísmo, preservar e ampliar ganhos acadêmicos e políticos, estimular a participação ampla na gestão, fortalecer a defesa da universidade pública.


O sentido de uma candidatura alternativa à Direção do IEL
           
                        O lançamento de uma candidatura alternativa busca mobilizar e fazer rebrotar esperanças nos atores que constituem a comunidade do IEL: de um lado, os funcionários e estudantes, em grande número descontentes e alijados dos processos de decisão e de efetiva participação no encaminhamento dos rumos do Instituto; de outro lado, os docentes que se sentem desconfortáveis com a acomodação e a burocratização das relações intra-institucionais. Nossa candidatura alternativa também deseja abrir espaços novos de diálogo e interação entre estudantes, funcionários e professores, pautados pela reflexão sobre os rumos da Universidade.
                        E, como candidatura independente, queremos renovar as esperanças de todos aqueles que, como nós, desejam uma Direção do IEL politicamente mais ativa e de maior expressão no cenário da Universidade, a somar-se com as forças e vozes que ininterruptamente, há décadas, buscam fazer a Unicamp mais democrática.
            Uma candidatura alternativa é uma candidatura não comprometida com o regime de alianças que tende a perpetuar, no IEL, modos de fazer e de pensar. Nossa candidatura alternativa busca desafiar as pessoas a pensar o Instituto de outras perspectivas, a encarar a possibilidade de refazer, de forma inovadora e melhor, aquilo que hoje se mantém pelo hábito. Nossa candidatura independente quer alimentar, no Instituto, o sentimento de que o mundo (ou esta nossa pequena parte do mundo) não está dado e pronto para o fim dos tempos, de que sempre é possível (e desejável) recomeçar e fazer melhor.   
            Uma candidatura alternativa independente é a melhor possibilidade de darmos um passo adiante, no IEL, na direção de novas formas de relacionamento e co-gestão, pela qual muitos se têm empenhado. Por isso elegemos uma agenda de questões que envolvem a gestão mais coletiva do Instituto, a busca de maior participação dos diversos setores e segmentos do IEL, a criação de canais e espaços mais favorecedores de diálogo e negociação dos distintos interesses e das distintas percepções das suas necessidades e urgências


O que poderemos renovar, com uma Direção independente no IEL

            Uma Direção independente abre-nos a possibilidade de criar, desenvolver e experimentar formas participativas de gestão democrática da vida acadêmica, que vão muito além das formas regimentais cristalizadas hoje em uso. Estas, se são obviamente organismos administrativos essenciais ao funcionamento da Universidade, podem se transformar em instâncias gestoras efetivamente públicas, oxigenadas por formas democráticas participativas que tenham o poder de envolver todos os que integram a comunidade do IEL, em especial os que se encontram mais distanciados de sua vida administrativa, como a juventude estudantil desejosa de experimentar a gestão e prática pública e política que vai formá-la para o futuro. Esquecer esse papel formador da Universidade, e entender o IEL como lugar de formar tecnicamente profissionais para o mercado ou para uma elite intelectual é por demais empobrecedor.
             Uma Direção independente, ao lado de priorizar a gestão pública de bens públicos, deverá dar atenção a todas as pessoas, incentivando o engajamento pessoal nos assuntos do IEL e da Universidade, explorando o sentido e o sentimento de participação nos integrantes da comunidade acadêmica, de suas qualidades e aptidões para contribuir às ações do Instituto (no ensino, na pesquisa e na extensão). Uma gestão independente só vale a pena se for para conquistar mais democracia, mais respeito e mais interesse entre as pessoas, suas ideias e ações.

 Linhas gerais de ação de uma Direção Independente

            - Fortalecimento das instâncias mediadoras internas do Instituto, respeitando e fortalecendo as existentes, criando e estimulando o surgimento de outros espaços e meios de reflexão e de ação, como assembléias, colóquios internos que envolvam todos os setores e segmentos do Instituto, e maior interação horizontal entre os Departamentos.
            - Transparência com respeito às formas de tomada de decisão e com relação aos recursos orçamentários e sua aplicação.
            - Incentivo a um pensamento integrado e crítico em relação às atividades-fim da Universidade (Ensino, Pesquisa e Extensão).
            - Restabelecimento de uma Comunidade Acadêmica, em que funcionários e estudantes não sejam meros figurantes ou coadjuvantes dos docentes-pesquisadores.

   Algumas palavras finais sobre nossas convicções

            A gestão administrativa é um dos aspectos da vida universitária. Não está separada dela a não ser em contextos de ampla despolitização, autoritarismo e indiferença. Ela, então, deve vincular-se de maneira importante à forma pela qual se concebe a Universidade e a vida funcional (docente, funcionário, estudante).
            Pensar coletivamente não é, naturalmente, pensar o mesmo, ou pensar o único. É pensar no contexto de uma tensão democrática entre convergência e divergência.
            Espírito crítico e independência são qualidades que invariavelmente relacionamos quando descrevemos, nos nossos documentos, as tarefas da Universidade na formação das novas gerações, e o perfil dos nossos formandos. São essas mesmas qualidades que estamos convocando, de todos, para experimentarmos, coletivamente, em diálogo franco e colaborativo, a gestão do IEL pelos próximos anos.


                                                                                                Campinas, 22 de outubro de 2010





Profs. Drs. Wilmar da Rocha D'Angelis e Edwiges Maria Morato